ei-la:
a Porciúncula do Novo Mundo, a armadilha pro poeta agnóstico,
o traço inventivo da mão aleijada, o risco antropofágico ante o modelo
da Metrópole, a cornucópia de gracejos e quimeras, o produto mestiço
do vale do Tripuí
o Cântico das Criaturas em pedra-sabão, a transfiguração da matéria tropical, a porosidade da pedra a serviço da aporia espiritual,
a policromia da penitência e da ilusão, o pigmento mineral a serviço do etéreo, o resultado estético do conflito entre guerra e paz
o portal pro Éden refeito em flores e seres alados, o degrau onde o poverello ostenta sua caveira, a nave cujo teto se abre e revela a Madonna dos Anjos mulata de Ataíde – a ancestral das mulatas
de Di Cavalcanti –,
o êxtase franciscano vazado no céu colonial, a trovoada do Alverne ecoando na penha do Itacolomi...
– expressão secular, muda e sentimental
contradizendo a alegoria esculpida em seu lavabo;
a fé cega vê, através das vendas,
a beleza:
a perfeita alegria na periferia da América, na porção saqueada
do Hemisfério Sul;
o início da arte do meu país,
que ainda não.
que ainda não.
Nenhum comentário:
Postar um comentário