Por um fio

há um fio
invisível entre
a razão e a insanidade, a lucidez e
a desrazão, a moderação e a vaidade

oscila

um fio
como os do cabelo, mas invisível e oblíquo, apenas
determinado pelos teóricos das loucuras; vê?

romper o fio é amar o vermelho e abrir
torneiras e rasgar travesseiros,
vagar sem medo no reino do sensível pra ser ex-ato e mais
.................................................................................[imaginação
fazer poemas o dia
a noite inteiros

4 comentários:

Líria Moraes disse...

lindo poema!!
mto sensivel e profundo...
parabens!
bjs

Unknown disse...

...o que é profundo, não se profana!

Lindo.

pedro disse...

Digo romper o fio da razão: perder o medo de levantar a saia na praça da matriz, o mundo então maravilhado com a beleza do sexo empertigado; romper o fio da razão: deixar morrer à mingua os soberanos homens médios fixadores de realidade; romper o fio da razão: ousar o grande ato, a crueldade última, o assassinato impossível: matar a gargalhadas a coesão da universalidade. Com arte.

Natália Corrêa disse...

Quero andar nesse fio
como uma corda bamba
que samba sob os meus pés