Lucas

Quando abri o livro não foi de repente
e era esta a página que abria o livro [e a primeira frase]:
“No meu primeiro livro, ó Teófilo, já tratei de tudo...”

Um clarão feriu meus olhos,
cegando-me à hora exata em que li “tudo”.

O que se seguia a “tudo” eu jamais soube.
Quando recuperei a vista, nada estava
como antes.
O mundo era todo línguas de fogo
dizendo palavras ardentes
como as que tatuei no corpo – “Lucas, seu puto,
eu te amo.”

*Poema inspirado em "História de Lucas", de Rodrigo Mogiz (2003), trabalho artístico de bordados e aplicações s/ entretela; 36 x 50 cm. [Ver aqui.]

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