Horário de almoço

a boca doce do menino parmenidiano, eu beijo
seus olhos claros
me viram
do avesso da imagem
refletida no espelho 
dos óculos escuros

num quintal repleto de cães 
e calor
ele pergunta de poesia
de poetas que não sou
deixando-me só
à mesa, depois de derramar tensões
e apetites leitosos
em minha boca

o que não é, não pode ser dito
sempre no almoço, o sol está a pino

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